(BLOG) SONORA: Nós já vimos: As Tartarugas Ninja

Lembrando do desenho dos anos 90, fui com boa expectativa para a cabine de "As Tartarugas Ninja: O Retorno" (TMNT). Mesmo sabendo que tal animação não contava com atores vestidos de tartaruga, e sim com tartarugas feitas por computação gráfica, tinha a impressão que o novo longa dos discípulos de Mestre Splinter conseguiria manter a ação e originalidade dos projetos anteriores. Me enganei.

As Tartarugas de 2007 falam e são manhosas em excesso. Cerca de trinta minutos do filme são usados para mostrar a crise do grupo, causada pela ausência do líder Leonardo, que está em um retiro para aprender a liderar melhor seus irmãos.

Enquanto isso, em Nova Iorque, Donatello trabalha como assistente técnico de computação, Michelangelo anima festa infantis, April e Casey , personagem criado para a última série animada (de 2003), trabalham com antiguidades (ela não era jornalista?), e Raphael tenta, sozinho, proteger a cidade.

O "quase vilão" da vez, já que guardaram o Destruidor para a seqüência, é o misterioso Max Winters, dono das empresas Winters, que acaba dando vida a quatro estátuas de guerreiros lendários e colocando todos em perigo.

A esperança surge quando Leornado retorna a sua casa, parece que o filme vai engrenar. Só parece: Raphael aceita com desdém o retorno do irmão mais velho e as Tartarugas Ninja não se entendem. Lá vêm mais discussões, reflexões, acusações e lavagem de roupa suja (no caso, cascos sujos).

O longa melhora quando Leonardo e Raphael finalmente lutam para resolver as diferenças - demorou, mas tá ai a ação de que tanto falei - A cena, que acontece na chuva, é o ponto alto do filme. No confronto, Raphael derrota Leonardo, que é capturado pelo vilão. A rapto leva as Tartarugas a união novamente, faltando cerca de quinze minutos para o término do longa.

No fim das contas, ainda dá para rir do trapalhão Michelangelo, mas o vilão de "As Tartarugas Ninja:O Retorno" é muito inexpressivo e está ali simplesmente para tapar a ausência do Destruidor. Ausência que soa como uma manobra esperta do estúdio e produtores; afinal, porque mostrar tudo no primeiro filme?

A falta de um antagonista descente faz com que o filme seja sobre quatro tartarugas falastronas. E assim todo o carisma de Leonardo, Raphael, Donatello e Michelangelo se perdeu.