Velvet em SP: Ego Grande para um Palco Pequeno
Em recentes entrevistas o guitarrista Slash afirmou que estava aliviado por ter se livrado do clima megalomaníaco da época do Guns, e disse que preferia o "modesto" Velvet Revolver, pois poderia galgar um espaço aos poucos com a banda.
Mas o discurso foi se quebrando aos poucos porque logo no início da apresentação, o Velvet mostrou que era muito "espaçoso" para essa "busca por seu espaço". Um locutor anunciou "From Hollywood...Velvet Revolver!!!", com toda a pinta de atração principal.
A postura de Scott Weiland só veio a confirmar isso. O vocalista não parou um só minuto, como é de sua característica, mas pecou pela pouquissima interação com o público. Weiland manteve por todo o momento da apresentação uma espécie de "viagem solo". Ele dançava, pulava, fazia caras e bocas, mas deixou a nítida impressão que se o público não estivesse ali ele faria o mesmo, como em um videoclipe por exemplo.
Na cozinha Duff MacKagan e Matt Sorum, foram competentes e discretos. Já Dave Kushner parecia curtir cada momento da apresentação e deixou a impressão de que era o mais concentrado da banda durante a apresentação.
Mas os holofotes estava mesmo em Slash. O guitarrista não tinha mais o mesmo ímpeto em movimentar-se dos tempos de Guns, porém se mostrou tão competente musicalmente quanto na época. Deve ser levado em conta que as músicas do Velvet tem solos bem menos marcantes (salvo "Fall to Pieces") ou menos grudentos do que as músicas do Guns, mas Slash não deixou a desejar em nenhum momento.
Falando do setlist, a banda pecou por não ter aberto com "Slither" ou "Set me Free" e assim conquistar o público logo de cara. No entanto, músicas como "Sucker Train Blues" e "Spectacle" funcionaram bem ao vivo, apesar do som, que estava péssimo (não se ouvia direito a voz de Scott e a guitarra de Slash parecia plugada em ampli sem potência).
Como era de se esperar o ápice do show foram as performances de "It´s so easy" e Mr. Brownstone" que trouxe a nostalgia Guns de vez ao Morumbi.